Comunidade Educadora e Território do Bem Viver como Alicerces para uma Educação Transformadora

A integração dos conceitos de Comunidade Educadora e Território do Bem Viver forma a base para uma abordagem educacional profundamente transformadora. Esses conceitos são fundamentais para a construção de um projeto de vida que envolva todos os membros da comunidade escolar. Essa sinergia entre educação e vivência comunitária cria um ambiente onde o aprendizado transcende os limites da sala de aula, promovendo uma cultura de pertencimento, empoderamento e responsabilidade coletiva.

Comunidade Educadora: Educação Para Além da Escola

A Comunidade Educadora representa uma abordagem que expande o papel da escola, estendendo-o para além dos limites físicos. A escola, aqui, é vista como um centro dinâmico que interage de forma contínua com a vida comunitária, reconhecendo que a educação é um processo compartilhado. Nesse modelo, cada membro da comunidade — sejam pais, moradores ou líderes locais — tem um papel ativo na formação dos jovens, criando uma rede de aprendizado coletivo.

Essas interações entre escola e comunidade são reforçadas através de projetos educacionais que integram as experiências e saberes comunitários ao currículo escolar.

Exemplos de ações nesse sentido são as feiras (Saberes e Sabores da Roça e Feira Científico Cultural), os mutirões, as ações da Olimpíadade de Humanidades (IPEARTES/SEDUC), oficinas de práticas comunitárias (Aprender Fazendo) e a realiação de Projetos de Turma com temas comunitários que envolvem a participação dos moradores, valorizando o conhecimento local e promovendo uma identidade cultural forte entre os educandos. Ao reconhecer e valorizar as contribuições da comunidade, a escola fortalece o sentimento de pertencimento e engajamento dos estudantes.

Território do Bem Viver: Uma Nova Perspectiva de Desenvolvimento

O conceito de Território do Bem Viver propõe uma visão alternativa ao desenvolvimento tradicional, que integra as dimensões sociais, econômicas, culturais e ecológicas. Inspirado nas cosmovisões dos povos indígenas andinos, esse conceito promove uma abordagem holística e sustentável do desenvolvimento, buscando um equilíbrio entre as necessidades humanas e a preservação ambiental. O Bem Viver é materializado por meio de práticas que promovem a biodiversidade e a conservação dos recursos naturais, enquanto apoiam a autonomia e o empoderamento da comunidade local.

No EHC, esse conceito se manifesta em projetos como a disciplina de agroecologia, que ensina técnicas agrícolas sustentáveis, mas também promove uma compreensão mais profunda das interações entre os seres humanos e a natureza, a casa de sementes criolas que promove troca de sementes e resgate de sementes criolas importantes no desenvolvimento da região e o projeto comunidade que recicla que trabalha com educação ambiental a partir da gestão correta de resíduos sólidos. Essa perspectiva de desenvolvimento, centrada na sustentabilidade e na inclusão, explicita uma visão que valoriza tanto a preservação ambiental quanto a justiça social, promovendo uma sociedade mais equilibrada e solidária.