Transformação e Renovação na Biblioteca Tia Romilda

A Biblioteca do Educandário Humberto de Campos sempre foi um pilar cultural em nossa comunidade rural, ofertando um vasto e diversificado acervo. Com o passar do tempo, desafios emergiram, especialmente relacionados à manutenção de um espaço tão amplo e à conservação dos livros, afetados pela umidade.

Em 2018, iniciamos um projeto de reestruturação. A decisão de reduzir o tamanho da biblioteca foi tomada para acomodar adequadamente os livros didáticos em novos espaços como as salas de aula e a Sala 13, equipadas com armários apropriados. Esse movimento preservou a saúde da nossa comunidade educativa e também otimizou o uso do espaço.

Durante 2019, o Espaço Luz passou por uma renovação completa, que incluiu a modernização de infraestruturas essenciais, como um novo contrapiso e piso, instalações elétricas totalmente novas, forro novo, nova iluminação, além da instalação de um novo sistema de alarme. Após esse processo a biblioteca foi rebatizada como Espaço Luz Tia Romilda, um tributo a figuras icônicas da nossa comunidade, que estiveram inclusive presentes à reinauguração em 2019 (Tia Romilda, Tio Andalécio e Lívia).

Foto: Sérgio Makari

Fabiano, nosso bibliotecário voluntário, iniciou seu trabalho voluntário na biblioteca há quatro anos, logo após se aposentar e trouxe um novo olhar para a organização dos livros. Com seu esforço, foi facilitado o acesso aos livros, que agora estão mais aglutinados por temas e autores, tornando a biblioteca um espaço ainda mais acolhedor e funcional. Ele observou também que o Espaço Luz Tia Romilda possuía muitos livros de temas pouco comuns em outras bibliotecas, como parapsicologia, ufologia e gastronomia, incluindo livros de dietas e receitas.

Assim, promoveu uma reorganização do acervo, separando os livros por áreas mais específicas como medicina e enfermagem, e também por religião, organizando títulos evangélicos, espíritas, entre outros. Além disso, ele etiquetou os livros com os nomes dos autores para facilitar o acesso. Fabiano considera que esta reorganização facilitará significativamente a busca dos usuários por materiais específicos na biblioteca.

Um contemplar dos quase 2 anos de Projeto Comunidade que Recicla

1. Histórico das Ações Sustentáveis na Escola e Comunidade

Ao longo dos anos, o Educandário Humberto de Campos e a comunidade Cidade da Fraternidade desenvolveram várias ações voltadas para melhorar a gestão de resíduos na comunidade.

No âmbito da II Olimpíada de Humanidades, em 2018, foi trabalhado esse tema e até mesmo a atividade da culminância, na forma de uma Cavalgada, focalizou nessa temática. Nesse sentido, houve esforços de recolhimento de lixo nas estradas, durante diversos dias que focalizavam a educação ambiental.

2. Início do Projeto de Gestão de Resíduos

Naquele momento, o Conselho Comunitário estava muito ativo, especialmente em relação ao problema do local onde se queimava o lixo da comunidade. Ali, surgiu uma proposta para os moradores apresentarem projetos que beneficiassem a comunidade, envolvendo eventos anteriores ou iniciativas novas. Nossa sugestão foi separar resíduos orgânicos em casa e encaminhá-los para Alto Paraíso.

Inicialmente, cada família separaria os resíduos, e quem pudesse, os levaria de carro. Para quem não tinha essa possibilidade, organizamos um local próximo à área coletiva, onde podiam depositar os resíduos para que, uma vez por semana, fossem levados de carro também.

Começamos a conscientização visitando residências, promovendo várias reuniões no Conselho e realizando uma reunião virtual com Luís, da Recicle Alto, que explicou sobre reciclagem e educação ambiental. Além disso, dialogamos com Cris, do Coletivo Permacultural, vereadora, para pensar em soluções para resíduos não recicláveis, um desafio pendente.

3. Implementações na Escola e Formações Iniciais

Esse foi o primeiro passo: conscientizar a comunidade. Posteriormente, foi aprovada a proposta no Conselho Comunitário para implementar oficialmente o projeto na Cidade da Fraternidade.

No início do ano, conversamos com a direção da escola, alinhando a ideia aos valores e projetos escolares. Utilizamos fundos provenientes do lucro do livro “Educador Transformador” para adquirir e instalar lixeiras na escola, além de implementar a separação de lixo na cozinha. Investimos esse dinheiro, que já pertencia ao Educandário.

Iniciamos com ações ambientais, capacitando os professores e desenvolvendo atividades em sala de aula. Também implementamos a substituição de materiais nocivos, como TNT, EVA e glitter, proibindo seu uso na escola, o que foi bem recebido pelas professoras.

4. Desenvolvimentos em 2023 e Perspectivas para 2024

Em 2023, demos continuidade ao processo com visitas à RecicleAlto para os professores, mantendo a parceria com a Ivonete e com a Jamile, realizando formações para os estudantes. Luiz ministrou palestras para o Fundamental II e para o Ensino Médio, e seguimos com o processo de reciclagem. No ano anterior, implantamos o minhocário e a composteira, supervisionados pelo Ensino Médio como laboratórios, um início em relação aos orgânicos. Houve oficinas para os professores sobre uso de materiais alternativos e uma consolidação do uso de materiais recicláveis na decoração da escola.

5. Projetos Futuros e Ampliação das Ações Educativas

Para o futuro, planejamos que todas as famílias separem o orgânico, tenham composteiras, transformem o espaço em um ambiente educativo mantido pelos estudantes, estabelecendo pontos de coleta pelo Assentamento e criando um local de reciclagem para que as pessoas possam trocar pela moeda solidária criada pela RecicleAlto e que pode ser utilizada em diversos comércios do município.

Já estamos em processo de construção desse espaço, discutido com a coordenação da comunidade Cidade da Fraternidade. Continuaremos com ações educativas, buscando transformações e promovendo uma reeducação constante. O IPEARTES tem sido um parceiro crucial na educação ambiental escolar, trazendo dinâmicas que abordam a questão dos resíduos, além das reflexões proporcionadas pela Olimpíada de Humanidades.

1ª Formatura do EHC – Reportagem da Voz da Fraternidade – Ano II – Nº03 -Jan/Fev/81

Era a primeira turma do EHC a se formar no que seria hoje equivalente ao Ensino Fundamental II, uma grande alegria registrada na Revista a Voz da Fraternidade. Acesse a repostagem completa aqui. Eis uma síntese do evento:

No dia 13 de dezembro de 1980, no refeitório coletivo “Mariazinha”, com início às 21:30 hs, ocorreu a cerimônia de colação de grau de 11 formandos do que seria hoje o Ensino Fundamental II.

Estavam presentes Lydio Diniz Henriques, João Pinto Rabelo e Benedito Miranda, os familiares dos estudantes e outras pessoas de Brasília.

A diretora do Educandário, à época, Romilda Rinco, lembrou a origem do EHC em um barraco de indaiá, em 1966, e sua evolução à época. Tudo ocorria ao longo de clima festivo e emocionante.

Os 11 formandos foram:

– CLEIDE GOMES ANISIO
– LIVIA RINCO
– RUTE SILVA MONTEIRO
– MARIA HELENA DE SOUZA TAVEIRA
– CESAR AUGUSTO FERREIRA
– MARCOS ANTÔNIO MOREIRA
– MARCOS AURELIO CRUZ SILVA
– WALDESINO BERNARDES PINTO
– WALDIVINO BERNARDES PINTO
– JOSE AUGUSTO SILVA BASTOS
– JACINTO SOARES DE OLIVEIRA

Cultivando Sustentabilidade

No momento em que os educandos do Nono ano e a educadora Kirley estão iniciando o canteiro para a execução do plantio e também pesquisando os hábitos alimentares da comunidade, partilhamos também a íntegra desse projeto, a seguir:

Projeto de Turma do nono ano e EJA do Ensino Fundamental II

Título do Projeto: Cultivando Sustentabilidade: Horta-SAF Agroecológica na Escola para Promover a Soberania Alimentar

Ao promover a horta-SAF (Sistema Agroflorestal) na escola com base nos princípios da agroecologia, este projeto visa não apenas fornecer alimentos frescos e saudáveis, mas também educar os estudantes sobre a importância da produção local, do cuidado com o meio ambiente e da soberania alimentar.

Problema / Justificativa: A desconexão entre os alunos e a origem dos alimentos que consomem é um desafio educacional e ambiental. Além disso, a dependência de alimentos processados contribui para questões de saúde e sustentabilidade. Este projeto visa abordar essas preocupações, promovendo a conscientização sobre a origem dos alimentos e incentivando a produção local por meio de uma horta agroecológica com princípios e práticas Agroflorestais.

Objetivos:

  1. Investigar os hábitos alimentares dos estudantes e identificar os alimentos mais consumidos no território.
  2. Implementar uma horta-SAF na escola, dividida em canteiros lineares para cultivo de diversas variedades de alimentos de cultivares locais junto com árvores frutíferas.
  3. Capacitar os estudantes nos princípios da agroecologia dentro de um processo educativo que colabore na perspectiva de uma possível mudança social e cultural.
  4. Fomentar a importância da soberania alimentar e da produção local para a subsistência da comunidade escolar.
  5. Incentivar os estudantes a protagonizar atuações de interesse coletivo juvenil criando espaço coletivos escolares na horta-SAF Agroecológica com intuito de diálogos, discussões políticas, movimentos sociais locais (espaço de lazer, cultura, mística),  empoderamento social empresarial.

Tarefas/Ações:

  1. Realização de um diagnóstico de pesquisa sobre os alimentos mais consumidos pelos estudantes na escola e no território.
  2. Planejamento da construção da horta-SAF Agroecológica junto aos estudantes e a divisão dos canteiros entre turmas, com base nos resultados do diagnóstico, dentro do processo educativo.
  3. Preparação do solo, plantio, cultivo e colheita.
  4. Realização de encontros semanais nas quintas-feiras, com aulas de 50 minutos.
  5. Trazer conhecimentos técnicos sobre Agroecologia, Agrofloresta, Práticas de produção de alimento dentro dos princípios da Agricultura Sintrópica, Soberania Alimentar, Políticas Públicas, Produção de Sementes Criolas.
  6. Criação de um guia ilustrado sobre agroecologia e os passos para manter a horta-SAF Agroecológica.
  7. Na apresentação dos projetos na Feira Cultural Científica montar um stand de degustação dos alimentos produzidos na horta-SAF.

Responsáveis e Suas Funções:

  • Coordenador de Projeto: João Henrique
  • Coordenador das atividades: Kirley Carvalho Machado
  • Educadores de Agroecologia: Camila de Oliveira Ferreira
  • Representantes de Turma:

Quando Acontece: O projeto ocorrerá de final de agosto a novembro, com encontros semanais nas quintas-feiras.

Produto: Ao final do projeto, será apresentado:

  1. Relatório da pesquisa sobre hábitos alimentares dos estudantes.
  2. Horta-SAF Agroecológica.
  3. Guia ilustrado sobre agroecologia e manutenção da horta-SAF.
  4. Momento degustação no dia da culminância do projeto.

Formas de Participar: Todos os estudantes terão a oportunidade de participar ativamente da criação e manutenção dos canteiros da horta-SAF. A participação é voluntária e incentivada para promover o engajamento dos estudantes.

Monitoramento e Avaliação:

  1. Acompanhamento semanal dos encontros de agroecologia.
  2. Avaliação do crescimento e saúde das plantas nos canteiros da horta-SAF.
  3. Feedback dos estudantes sobre a experiência e o aprendizado durante o projeto.

Materiais Necessários:

  1. Sementes, mudas, estacas de diferentes variedades de alimentos.
  2. Ferramentas de manutenção e manejo da horta-SAF.
  3. Material didático para as aulas de agroecologia.

Cronograma:

  • Final de agosto:
    • Realização da pesquisa sobre hábitos alimentares.
    • Planejamento da construção da horta-SAF e divisão dos canteiros.
    • Introdução dos conhecimentos técnicos para realização do projeto.
  • Setembro a outubro:
  • Planejamento da construção da horta-SAF e divisão dos canteiros.
    • Realização dos encontros semanais de agroecologia.
    • Preparação do solo e plantio.
    • Cuidado e manutenção dos canteiros.
  • Novembro:
    • Colheita dos alimentos cultivados.
    • Criação do guia ilustrado.
    • Apresentação final do projeto.
    • Momento degustação.

Acompanhe conosco o desenvolvimento do projeto, avante!