Reunião de Pais da Fase 1: Quando o Encontro com as Famílias se Torna Ato Educativo

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No Educandário Humberto de Campos, cada reunião com famílias é também um gesto pedagógico. A recente reunião de pais da Fase 1 revelou-se como espaço legítimo de escuta, vínculo e construção conjunta de sentidos sobre o desenvolvimento das crianças. Nela, o que se produziu foi mais que troca de informações – foi reconhecimento mútuo entre escola e famílias como coautoras do processo educativo.

Antes mesmo do encontro, a gestora Adriana já expressava confiança nas educadoras e reiterava a importância da escuta atenta às famílias, lembrando que muitas vezes o que os responsáveis dizem, ainda que de forma indireta, pode oferecer pistas preciosas para o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas.

Durante a reunião, a abertura foi marcada pela leitura de um texto sobre colaboração e amor no contexto escolar, preparando simbolicamente o ambiente para o diálogo. Em seguida, foi apresentada a estrutura da equipe da Fase 1: Diretora Adriana, Coordenadora Pedagógica Nicoli, professoras Patrícia Alves (Jardim 1 e 2), Patrícia Gertrudes (1º e 2º ano), Letícia (3º ano), Daiane (4º ano), Tatyane (5º ano), e a psicóloga voluntária Elisa.

O espaço coletivo foi valorizado por meio de comunicados gerais no microfone, destacando assuntos recorrentes: o uso excessivo de telas antes de dormir, o consumo de doces em excesso no café da manhã, a importância da participação dos pais nas tarefas de casa e as questões de higiene, especialmente sobre a prevenção da pediculose. Pais elogiaram a clareza das falas e a organização do momento, reconhecendo o valor de tratar temas comuns a todos.

No atendimento individual, surgiu um aspecto fundamental: a escuta sensível. Educadoras relataram conversas emocionantes, onde o acolhimento oferecido por Nicoli e Elisa, sem julgamento e com empatia, permitiu compreender que, muitas vezes, o que afeta a criança em sala tem raízes na dor silenciada do adulto em casa.

Esse ambiente de confiança também proporcionou resoluções de pequenos conflitos e até diálogos espontâneos entre mães cujos filhos haviam se desentendido, reforçando a potência pedagógica das relações interpessoais quando mediadas por respeito e cuidado.

A educadora Dayane destacou o engajamento dos pais, que demonstraram curiosidade sobre as metodologias adotadas e fizeram perguntas pertinentes, mostrando-se abertos, esperançosos e felizes com as abordagens apresentadas. Mesmo os pais que geralmente mantêm certa distância mostraram-se mais presentes, revelando a importância da escuta institucional ativa logo no início do ano letivo.

Essa reunião foi mais uma demonstração de que a educação integral se concretiza nas pequenas ações do cotidiano, quando há sintonia entre escola e família. O compromisso mútuo com o bem-estar da criança não se limita à sala de aula: ele se revela nas conversas, nas escutas, nos afetos trocados e nos cuidados assumidos coletivamente.

Como defendido nos fundamentos do Projeto Político-Pedagógico do Educandário, a formação humana exige envolvimento, e isso se fortalece quando a escola se abre ao território e reconhece as famílias como parte viva do processo. Essa reunião foi uma celebração do que há de mais essencial na educação – a construção de vínculos.