Rede de Parceiros do Educandário Humberto de Campos

O Educandário Humberto de Campos (EHC) conta com uma ampla rede de parcerias que fortalecem seu projeto educativo. Entre seus parceiros de longa data estão instituições públicas e organizações locais que contribuem de forma contínua para a escola. O EHC mantém convênio oficial com a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (SEDUC) e com a Prefeitura Municipal de Alto Paraíso de Goiás. Por meio desses acordos, a escola atualmente cede parte do espaço para que a SEDUC-GO atue no EHC como uma extensão da Escola Estadual Dr. Gerson de Faria e com a prefeitura que custeia parte dos salários de professoras do Ensino Fundamental 1. Outras parcerias de longa duração incluem a Cooperativa Frutos do Paraíso (que fornece produtos da agricultura familiar para as atividades da escola via programas governamentais e sempre apoiou diversas ações da escola por meio da cessão de seu micro ônibus a um preço de custo), o Instituto de Pesquisa, Ensino e Extensão em Arte – Educação e Tecnologias Sustentáveis (IPEARTES), realizou por cerca de sete anos diversas ações no EHC, além disso, dos Grupos da Fraternidade Espíritas, do encontro COMEMOFRA, como braços da mantenedora OSCAL e comunitários da própria Cidade da Fraternidade (CIFRATER) que participam, muitas vezes voluntariamente há décadas do cotidiano do EHC, compartilhando insumos diversos e atividades impregnadas de valores de solidariedade e cultura de paz​. Essas parcerias duradouras consolidam um apoio institucional, cultural e pedagógico constante à escola.

Parceiros Temporários

Alguns parceiros se relacionam com o EHC em caráter mais temporário, engajando-se por alguns anos em projetos específicos. Entre eles destacam-se o Instituto Ser Integral que realizou oficinas de formação de professores e apoio pedagógico para estudantes durante muitos anos no EHC. ​
É o caso também do Instituto Caminho do Meio (ICMAP), organização sem fins lucrativos do município que desenvolve ações sociais inovadoras. O Caminho do Meio, criado em 2013, tem atuado junto ao EHC em programas de educação socioemocional e de sustentabilidade​

Parceiros Rotativos

Há ainda parceiros de perfil rotativo: são organizações ou projetos que realizam ações pontuais ou de curta duração no EHC. Em geral, essa rede inclui instituições de âmbito estadual e nacional que apoiam eventos e oficinas, bem como projetos acadêmicos de universidades e iniciativas locais como a Rede Pouso Alto de Agroecologia, que já fez intervenções e doações de insumos pontuais para horta escolar. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que já ofertou cursos no ano de 2015 no EHC, programas de extensão da UnB, UFG, UFPB e Embrapa e outros projetos universitários também já desenvolveram cursos e consultorias para alunos e educadores. Esses parceiros rotativos somam-se conforme oportunidades surgem: envolvem-se em feiras, seminários ou oficinas de curta duração, compartilhando conhecimento específico – como empreendedorismo, culturas regionais ou novas tecnologias – para enriquecer o cotidiano escolar. Há também uma miríade de profissionais que passam por Alto Paraíso de Goiás – GO das áreas da cultura, da sustentabilidade, sobretudo que eventualmente fazem parcerias rotativas junto ao fluxo de trabalho do EHC.

Esses parceiros enriquecem o projeto educativo do EHC. Todos, à sua maneira, unem esforços em prol de uma educação integral e comunitária. Convidamos você a conhecer mais sobre essas colaborações inspiradoras e a se envolver: juntos, continuamos fortalecendo a rede que sustenta o Educandário Humberto de Campos.

Reunião de Pais da Fase 1: Quando o Encontro com as Famílias se Torna Ato Educativo

No Educandário Humberto de Campos, cada reunião com famílias é também um gesto pedagógico. A recente reunião de pais da Fase 1 revelou-se como espaço legítimo de escuta, vínculo e construção conjunta de sentidos sobre o desenvolvimento das crianças. Nela, o que se produziu foi mais que troca de informações – foi reconhecimento mútuo entre escola e famílias como coautoras do processo educativo.

Antes mesmo do encontro, a gestora Adriana já expressava confiança nas educadoras e reiterava a importância da escuta atenta às famílias, lembrando que muitas vezes o que os responsáveis dizem, ainda que de forma indireta, pode oferecer pistas preciosas para o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas.

Durante a reunião, a abertura foi marcada pela leitura de um texto sobre colaboração e amor no contexto escolar, preparando simbolicamente o ambiente para o diálogo. Em seguida, foi apresentada a estrutura da equipe da Fase 1: Diretora Adriana, Coordenadora Pedagógica Nicoli, professoras Patrícia Alves (Jardim 1 e 2), Patrícia Gertrudes (1º e 2º ano), Letícia (3º ano), Daiane (4º ano), Tatyane (5º ano), e a psicóloga voluntária Elisa.

O espaço coletivo foi valorizado por meio de comunicados gerais no microfone, destacando assuntos recorrentes: o uso excessivo de telas antes de dormir, o consumo de doces em excesso no café da manhã, a importância da participação dos pais nas tarefas de casa e as questões de higiene, especialmente sobre a prevenção da pediculose. Pais elogiaram a clareza das falas e a organização do momento, reconhecendo o valor de tratar temas comuns a todos.

No atendimento individual, surgiu um aspecto fundamental: a escuta sensível. Educadoras relataram conversas emocionantes, onde o acolhimento oferecido por Nicoli e Elisa, sem julgamento e com empatia, permitiu compreender que, muitas vezes, o que afeta a criança em sala tem raízes na dor silenciada do adulto em casa.

Esse ambiente de confiança também proporcionou resoluções de pequenos conflitos e até diálogos espontâneos entre mães cujos filhos haviam se desentendido, reforçando a potência pedagógica das relações interpessoais quando mediadas por respeito e cuidado.

A educadora Dayane destacou o engajamento dos pais, que demonstraram curiosidade sobre as metodologias adotadas e fizeram perguntas pertinentes, mostrando-se abertos, esperançosos e felizes com as abordagens apresentadas. Mesmo os pais que geralmente mantêm certa distância mostraram-se mais presentes, revelando a importância da escuta institucional ativa logo no início do ano letivo.

Essa reunião foi mais uma demonstração de que a educação integral se concretiza nas pequenas ações do cotidiano, quando há sintonia entre escola e família. O compromisso mútuo com o bem-estar da criança não se limita à sala de aula: ele se revela nas conversas, nas escutas, nos afetos trocados e nos cuidados assumidos coletivamente.

Como defendido nos fundamentos do Projeto Político-Pedagógico do Educandário, a formação humana exige envolvimento, e isso se fortalece quando a escola se abre ao território e reconhece as famílias como parte viva do processo. Essa reunião foi uma celebração do que há de mais essencial na educação – a construção de vínculos.

Você sabe de que forma se dá o aprendizado do seu filho?

Aqui no EHC, as crianças da turma de alfabetização aprendem por associação de palavras, letras e sons. Esse método é fundamentado na neurociência da aprendizagem e constitui um dos pilares do nosso fazer pedagógico. A aprendizagem por associação é um processo fundamental no aprendizado, baseado na conexão entre estímulos e respostas. A proposta vai além da memorização do alfabeto ou da repetição mecânica de sílabas: trabalhamos com sentido, com significado e, acima de tudo, com conexão.

A neurociência nos mostra que criar conexões entre os neurônios é essencial para a aprendizagem profunda. Nossas aulas buscam ser interativas, estimulando a curiosidade e os sentidos das crianças, pois essas são formas eficazes de engajar o cérebro no processo de aprendizado.

Por exemplo, na atividade da cruzadinha (como a ilustrada abaixo), a criança observa figuras — como um carro, uma boneca ou uma ilha — e associa a imagem à palavra escrita. Ela é incentivada a se perguntar: “Qual dessas palavras começa com a letra C? Onde está escrito DOMINÓ? E essa imagem de ILHA, com qual letra ela começa?” Com isso, ela constrói relações e fortalece sua compreensão da linguagem escrita de maneira natural e instigante.

É importante destacar que o alfabeto é, sim, apresentado todos os dias: vogais como A, E, O, U, e as consoantes. No entanto, o processo não se limita a isso. Não ficamos apenas nas letras isoladas ou em repetições descontextualizadas. O alfabeto serve como ponto de partida. A partir dele, levamos as crianças a um caminho mais profundo — o caminho da associação. A cada atividade, trazemos imagens, contextos e situações que dão vida às letras. Assim, a criança não apenas reconhece o símbolo gráfico, mas aprende a usá-lo, compreendê-lo e integrá-lo ao seu mundo.

Essa é uma tarefa associativa. Deve ser feita com o apoio da família, de alguém que possa acompanhar a criança, estimulando-a a observar, refletir e fazer conexões. O aprendizado não acontece por simples exposição — ele se consolida quando há envolvimento, significado e emoção. As emoções desempenham um papel importante na aprendizagem, e buscamos criar atividades que despertem o interesse e a motivação intrínseca das crianças, pois isso é fundamental para um aprendizado profundo.

Sabemos que o ser humano aprende muito por associação: ao ver, ao repetir, ao relacionar. Como alguém que aprende a dançar observando os passos e repetindo, ou quem aprende um novo idioma vendo e ouvindo palavras constantemente, a criança alfabetiza-se ligando letras a sons, imagens a palavras, sentidos a significados.

Antigamente, a prática era mostrar o alfabeto inúmeras vezes, esperando que, por repetição, a criança aprendesse. Hoje, compreendemos que é a associação que dá base ao verdadeiro aprendizado. E é por isso que no Educandário Humberto de Campos investimos em atividades lúdicas, dinâmicas e contextualizadas, que despertam o interesse, promovem a participação ativa e estimulam os sentidos, construindo um caminho significativo para a leitura e a escrita.

A alfabetização no EHC é, portanto, uma jornada de descobertas — e não apenas uma meta a ser cumprida. Uma jornada onde a escola e a família caminham juntas, porque quem aprende com afeto, aprende para a vida.

Por uma Cultura de Paz: Compreendendo os Espelhamentos e Fortalecendo os Vínculos no Educandário Humberto de Campos

No dia a dia do nosso Educandário Humberto de Campos (EHC), percebemos que as experiências vividas pelas nossas crianças foram do ambiente escolar têm um impacto profundo no seu desenvolvimento e comportamento, refletindo-se também dentro dele. Muitas vezes, comportamentos desafiadores, como o bullying, podem ter as suas raízes em vivências complexas, como as de violência doméstica, mesmo que de forma indireta.

Pequenos gestos, palavras soltas, modos de reagir às situações da vida: tudo isso compõe o repertório emocional e relacional que os nossos estudantes trazem consigo para a escola. É a partir deste conjunto de vivências — que se dá no seio familiar, no convívio social e na própria comunidade — que os comportamentos se formam, as emoções se organizam e as relações se estabelecem.

Nesse sentido, compreendemos que o nosso EHC não é um lugar isolado, mas parte de um sistema maior. A infância é um espelho delicado daquilo que se vive e se observa. Quando uma criança chega agitada, nervosa ou, por vezes, excessivamente quieta e retraída, é sinal de que algo dentro dela está a pedir escuta. Frequentemente, as suas atitudes não nascem do nada — são construídas a partir das relações que acontecem nos ambientes que mais frequentam e com as pessoas com quem mais convivem, sobretudo com a família.

Reconhecendo esta realidade e o impacto que as vivências menos saudáveis podem ter no comportamento dos nossos alunos, nomeadamente no surgimento de casos de bullying, o Educandário Humberto de Campos implementou o “Mês de Combate ao Bullying e a Violência na Escola.”. Esta é uma escolha pedagógica que visa coibir comportamentos negativos e cultivar valores de convivência, empatia e cuidado mútuo. Reconhecemos que muitos comportamentos de bullying podem ser um reflexo de um ambiente familiar e na comunidade, onde a violência, em suas diversas formas, infelizmente existe.

Entre as ações desenvolvidas neste mês, destacamos a produção de painéis de atitudes positivas, criados com a participação ativa dos nossos educadores e alunos. Nestes painéis, são apresentados valores essenciais para o bem-estar coletivo, como o respeito, a solidariedade, a gentileza, a afetividade e a escuta ativa. Para reforçar o compromisso individual com estes valores, cada estudante é convidado a escolher uma dessas atitudes e a deixar a marca da palma da mão como um sinal simbólico do seu desejo de ser um agente de paz no seu dia a dia.

Ao longo deste mês, iremos reforçar nossa abordagem psicopedagógica que já temos na escola, desde 2024, promovendo ainda mais momentos de reflexão e de abertura ao diálogo com os pais e responsáveis sobre estas temáticas. O objetivo é fortalecer a rede de cuidado que une a escola, a família e a comunidade, estimulando a todos com estratégias para oferecer às crianças experiências cada vez mais saudáveis em todos os espaços da sua vida.

Estas ações partem do princípio de que a educação não se faz apenas com conteúdos formais, mas, sobretudo, com vínculos em meio à vida. O fortalecimento destes vínculos começa com a escuta, com a atenção ao cotidiano e com a consciência de que cada atitude adulta é também uma forma de ensinar — seja ela intencional ou não. Acreditamos na importância da presença atenta, do exemplo silencioso, da escuta sensível e da consistência emocional.

Apelamos a todos os pais e responsáveis e à toda comunidade para que reflitam sobre a importância de um ambiente familiar seguro e acolhedor e de uma comunidade cada vez mais engajada nesse sentido também. As nossas crianças aprendem através do que vivenciam em casa e na comunidade, e a construção de uma cultura de paz na escola começa com a promoção de relações saudáveis e respeitosas no seio familiar e comunitário. Estejamos atentos aos nossos gestos e palavras, pois eles são modelos poderosos para os nossos filhos.

Em função de tudo isso, chamamos todos para exercitar essa Pedagogia da Presença, em que pais, mães e responsáveis e a comunidade, como um todo, estão atentos para o que falamos e o que fazemos na presença das crianças. Por fim, também estejamos certos de que existem leis que resguardam as crianças desses direitos, sobretudo segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).