Uma de nossas postagens sobre o EHC nessa semana, refletiram, a partir de uma prática de Matemática, de certo modo, um princípio pedagógico do EHC (3 – O Brincar e a Ludicidade) e uma possibilidade de Avaliação. Por isso, nesse post, em nosso blog, transcrevemos os trechos de nosso PPP que abordam essas duas questões:
3 – O Brincar e a Ludicidade (p. 12)
“Tanto a brincadeira quanto a fantasia são atividades ligadas à arte, à alegria e à paz. Não devem ser reprimidas e nem podem ser retiradas, pois são inerentes ao ser humano e estão presentes em todo o seu processo de desenvolvimento no transcorrer da existência. Pela ludicidade, a criança experimenta circunstâncias e papéis sociais diversos, assimétricos, aprendendo a lidar com a vida, com o outro e consigo mesmo. O brincar livre ou planejado, as brincadeiras geracionais, tradicionais, espontâneas, a partir de materiais não estruturados ou com uso de brinquedos e dirigidas, serão incentivados nos planejamentos pedagógicos para todas as idades.”
XIV. AVALIAÇÃO (p. 26 e 27 do PPP EHC)
“A avaliação é compreendida como processo. Ela se dá com base das produções de cada um, de maneira descritiva, qualitativa, para melhorar o trabalho, encarando-se erros e problemas como naturais da aprendizagem. Em parceria com o educador, o educando fará sua autoavaliação, apontando aquele os aspectos que devem ser aperfeiçoados e informando este, as suas dúvidas e dificuldades. O educador passa a ser o orientador moral e intelectual do educando, dependendo deste o progresso feito, mas empenhando-se aquele para que esse progresso se dê.
A avaliação envolverá conteúdos factuais ou cognitivos (conhecimentos), conceituais (o conhecimento dialogando com a vida), procedimentais (técnicas para aplicar o conhecimento) e atitudinais (valores e relacionamentos).
Todas as ações e atitudes dos educandos serão motivo para reflexão, possibilitando uma reavaliação processual e uma contínua execução de estratégias de melhoria.
Os instrumentos de avaliação não serão aplicados isoladamente e poderão ser os mais variados, tais como: relatórios; trabalhos; apresentações; cartazes; produções artísticas (audiovisual, música e teatro); jogos; exercícios; provas escritas; provas orais; estudos dirigidos; produções de textos; portfólios; leituras; auto avaliação; registros de aprendizagem; grupos de estudos; simulados; dentre outros.
Um critério importante é quando o educando é capaz de ensinar um colega sobre o que aprendeu e utilizar o conhecimento de maneira prática, realizando ações que possam colaborar com a comunidade de alguma forma. No caso do educando não participar de alguma atividade avaliativa pelos motivos amparados pela lei 7102/79, terá direito à nova atividade em data acordada com o educador.
Semestralmente os educandos e suas famílias recebem o portfólio, o relatório individual ressaltando o desenvolvimento de cada educando e o boletim. Esses instrumentos permitem a observação mais sistemática dos processos de criação, as capacidades na resolução de problemas e, também, o desenvolvimento das hipóteses de cada educando sobre o mundo que vive. Em síntese, não se trata de uma avaliação elaborada pelo educador para o educando, mas de uma construção conjunta capaz de evidenciar o processo de aprendizagem.”
Nesse post, vamos expor alguns documentos que são utilizados no processo de acompanhamento pedagógico da execução dos roteiros de aprendizado dialogando com os níveis de autonomia do PPP do EHC. Iniciamos esse contemplar pelo documento de auto avaliação nesse sentido do 8º e 9º anos:
Auto Avaliação em termos de Níveis de Autonomia (Ensino Médio)
Níveis de Autonomia Educandário Humberto de Campos
Agora, entremeamos o PPP do EHC com dois documentos , a seguir, que contemplam as características dos estudantes em cada nível de autonomia e as possibilidades de combinados com os estudantes:
Dispositivo: Níveis de autonomia ( Fundamental II e Ensino Médio)
Os educandos são avaliados durante seu processo, na medida em que são comprometidos passam por fases de autonomia que são divididas em: iniciação, desenvolvimento e aprofundamento.
Os educandos que conseguem nutrir os valores da escola nas relações vão trilhando um caminho de autonomia para:
a) pesquisar o que é de seu interesse;
b) escolher o ambiente onde sente-se mais confortável para estudar;
c) escolher os instrumentos de avaliação que expandem sua potência criadora;
d) ter seus tempos de transição entre um aula e outra e outros combinados adequados para cada turma. (PPP)
Reflexões sobre autonomia presentes no PPP
Buscar-se-á o fortalecimento da autonomia dos educandos pela oferta de condições e ferramentas para que possam acessar e interagir criticamente com diferentes saberes e fontes de informação.
Buscar o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. ( Competência geral da BNCC)
É compromisso do EHC atribuir sentido às aprendizagens por sua vinculação aos desafios da realidade e pela explicitação dos contextos de produção e circulação dos conhecimentos; garantir o protagonismo dos estudantes em sua aprendizagem e o desenvolvimento de suas capacidades de abstração, reflexão, interpretação, proposição e ação, essenciais à sua autonomia pessoal, profissional, intelectual e política; valorizar os papéis sociais desempenhados pelos jovens, para além de sua condição de estudante, e qualificar os processos de construção de sua(s) identidade(s) e de seu projeto de vida, assegurar tempos e espaços para que os estudantes reflitam sobre suas experiências e aprendizagens individuais e interpessoais, de modo a valorizarem o conhecimento, confiarem em sua capacidade de aprender, e identificarem e utilizarem estratégias mais eficientes a seu aprendizado; promover a aprendizagem colaborativa, desenvolvendo nos estudantes a capacidade de trabalharem em equipe e aprenderem com seus pares; e estimular atitudes cooperativas e propositivas para o enfrentamento dos desafios da comunidade, do mundo do trabalho e da sociedade em geral, alicerçadas no conhecimento e na inovação.
A avaliação é feita a partir de uma reflexão feita pelos próprios estudantes, pelo grupo da sala, tutores e grupos de educadores.
Características dos estudantes em cada nível de autonomia
Iniciação
Desenvolvimento
Aprofundamento
– dificuldade em estudar sozinho, necessitando fortemente de apoio dos educadores;
– precisa de apoio do educador para realizar pesquisas;
– dificuldades em cumprir as regras de boa convivência da escola;
– dificuldades em relação aos valores da escola;
– dificuldades em relação à auto organização;
– dificuldades de estudar em casa;
– precisa melhorar na autorregulação emocional;
– falta interesse em desenvolver aspectos básicos do aprendizado, em especial, de língua portuguesa e matemática;
– verbaliza interesse em se desenvolver, mas não demonstra em atitudes
– estuda bem sozinho;
– aceita colaboração dos educadores e colegas;
– busca colaborar com educadores e colegas;
– realiza as atividades solicitadas pelos educadores tanto em casa quanto na escola;
– respeita as regras de convivência da escola;
– esforça-se por praticar os valores da escola;
– esforça-se por equilibrar suas emoções;
– reconhece suas dificuldades e progride nos conhecimentos básicos de língua portuguesa e matemática que o permitem desenvolver-se bem nas demais áreas de estudos;
– esforça-se para ser participativo;
– cumpre os cronogramas
– sabe escolher boas fontes de pesquisa;
– interesse em temas e estudos para além do que é fornecido e pedido pelos educadores;
– sabe as suas melhores formas de estudar ;
– sabe como pode ser avaliado considerando suas características;
– respeita as regras de convivência da escola;
– esforça-se por praticar os valores da escola;
– consegue se expressar com consciência crítica, respeito e responsabilidade;
– comunica-se de maneira clara e objetiva;
– possui boa autorregulação emocional e contribui com os colegas para que alcancem também mais equilíbrio;
Possibilidades de combinados com os estudantes em cada nível
Iniciação
Desenvolvimento
Aprofundamento
– acompanhamento maior do educador;
– atividades específicas para desenvolvimento dos aspectos básicos de aprendizado que precisa desenvolver;
– escolher o espaço de estudos, combinado com o educador;
– uso do celular para pesquisas;
– uso de fone de ouvido nos momentos de estudo individual;
– escolher as ferramentas pela qual será avaliado;
– realizar atividades escolares fora da escola com parceiros, combinado antecipadamente com o educador;
No 8º e 9º anos, há ainda um trabalho envolvendo uma pontuação que situa os níveis de autonomia, cujas orientações estão descritas a seguir:
Pontuação dos níveis de Autonomia 8º e 9º anos.
Pontuação das ações para os Níveis de Autonomia
Observação: Os acordos são válidos para todos os espaços escolares, tais como: sala de aula, pátio, cozinhas, coletiva, Biblioteca, sala de multimídia, sala de música, ônibus escolar etc.
+5
– Ajudar o colega a superar suas dificuldades. – Tutorar um estudante da primeira fase. – Fazer seu próprio roteiro. – Criar e participar do grupo de estudo e resolução de conflitos. – Criar e participar das Assembleias do EHC. – Desenvolver uma nova habilidade tais como: tocar um instrumento musical, teatro, dança, pintura ou artesanato em geral. – Desenvolver mídias interativas e educativas que contribuam com ações pedagógicas do EHC. – Desenvolver práticas esportivas variadas tais como: Xadrez, … etc. – Contagiar outros estudantes com práticas positivas. – Contagiar outros estudantes com a prática do estudo. – Planejar e colocar em prática seu projeto de vida.
+4
– Ser responsável pela organização e manutenção de algum espaço coletivo da escola:
. Horta da escola. . Banco comunitário de sementes. . Biblioteca . Cozinha Laboratório da escola . Sala de música . Laboratório de informática
+3
– Apresentar soluções plausíveis para problemas comunitários.
+2
– Separar o lixo da sala e dar destino correto. – Fortalecer a união da sala e dos grupos de forma saudável.
+1
– Participar das aulas, apresentação de trabalhos, participar dos projetos. – Manter o roteiro de estudo em dia. – Participar da organização dos espaços escolares. – Usar o uniforme corretamente. – Evitar fofocas. – Fazer a abertura com dinâmicas de jogos cooperativos. – Organizar momentos de socialização organizada dentro dos roteiros. – Autoavaliação do próprio processo de ensino aprendizagem (reconhecer as dificuldades cognitivas e buscar solucionar com estudo de forma autodidata).
0
– Acomodação, ponto de extremo perigo.
-1
– Falar palavrão. – Comer alimentos em sala que não estão no acordo. – Fone de ouvido sem a autorização do Professor. – Celular sem a autorização do professor. – Sair da sala para ficar passeando. – Comparecer na escola sem uniforme. – Deixar de cumprir o cronograma do roteiro (a cada dois atrasos). – Deixar de organizar os materiais e espaços utilizados. – Deixar de lavar os utensílios utilizados para refeições. – Furar a fila. – Não devolver os livros para o bibliotecário. – Causar desordem (sem organização) nos espaços. – Excesso de conversa, ou conversa paralela ao conteúdo, que inibe o desenvolvimento do outro.
-2
– Desrespeitar as regras de namoro na escola.
-3
– Desrespeitar os colegas (Xingamentos e ofensas). – Apoiar e incentivar qualquer tipo de agressão, físicas, psicológicas etc.
-4
– Se apropriar de forma indevida de materiais alheios (afanar). – Sair fora dos limites da escola em horário de aula.
-5
– Brigar (agressão física). – Desrespeitar educadores (partindo que no EHC, todos somos educadores).
Acredito que essas informações possam ajudar! Leia com atenção!
As ações negativas e positivas do ser humano são influenciadas por uma série de fatores, incluindo a biologia, a experiência de vida, o ambiente social e cultural e as escolhas pessoais.
A biologia desempenha um papel importante na regulação das emoções e comportamentos humanos. Por exemplo, certos hormônios, como a dopamina e a serotonina, podem afetar a sensação de felicidade e prazer, enquanto o cortisol pode aumentar o estresse e a ansiedade.
A experiência de vida também molda as ações humanas. Experiências positivas, como o amor e o carinho, podem aumentar a probabilidade de comportamentos positivos, enquanto experiências negativas, como o abuso e a negligência, podem levar a comportamentos negativos.
O ambiente social e cultural em que uma pessoa vive também pode influenciar suas ações. Normas sociais, valores culturais e expectativas podem afetar o que é considerado aceitável ou inaceitável em termos de comportamento.
Por fim, as escolhas pessoais são fundamentais para as ações humanas. As pessoas podem escolher agir de acordo com seus valores, crenças e desejos, ou podem escolher seguir as expectativas e normas sociais.
Em resumo, as ações negativas e positivas do ser humano são influenciadas por uma combinação de fatores biológicos, experiências de vida, ambiente social e cultural e escolhas pessoais.
Nesse post, trazemos trechos do Projeto Político Pedagógico do EHC que citam a palavra autonomia, negritada para melhor visualização. {aqui não será possível ver esse destaque}
“–A pedagogia de projetos, inspirada nos caminhos pedagógicos voltados para a autonomia intelectual e compromisso social, cujo objetivo é construir experiências de aprendizagem significativas desde o início do processo de escolarização, tem como princípios: a) Conquistar abertura para os conhecimentos e problemas que vão além do currículo básico de ensino;” p.12
“b) Construir práticas pedagógicas que potencializem a autonomia e a responsabilidade social tanto nos educandos quanto nos demais agentes da comunidade educadora;” p.13
“- Autonomia: Os educandos são avaliados durante seu processo, na medida em que são comprometidos passam por fases de autonomia que são divididas em: iniciação, desenvolvimento e aprofundamento.” p.15
“Os educandos que conseguem nutrir os valores da escola nas relações vão trilhando um caminho de autonomia para: a) pesquisar o que é de seu interesse; b) escolher o ambiente onde sente-se mais confortável para estudar; c) escolher os instrumentos de avaliação que expandem sua potência criadora; d) ter seus tempos de transição entre um aula e outra e outros combinados adequados para cada turma.” p.16
“- Educação Infantil- Casa da Criança. Alinhada à concepção que vincula educar e cuidar, o EHC acolhe as vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente familiar e comunitário, articulando-os em suas propostas pedagógicas. Objetivamos a ampliação do universo de experiências, conhecimentos e aprendizagens das crianças, diversificando e consolidando novas leituras de mundo, socialização, autonomia e comunicação, atuando de maneira complementar à educação familiar.” p.19
“Ensino Fundamental II: Anos Finais. (…) Buscar-se-á o fortalecimento da autonomia dos educandos pela oferta de condições e ferramentas para que possam acessar e interagir criticamente com diferentes saberes e fontes de informação.” p.21
“Ensino Médio. III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;” p. 22
“É compromisso do EHC atribuir sentido às aprendizagens por sua vinculação aos desafios da realidade e pela explicitação dos contextos de produção e circulação dos conhecimentos; garantir o protagonismo dos estudantes em sua aprendizagem e o desenvolvimento de suas capacidades de abstração, reflexão, interpretação, proposição e ação, essenciais à sua autonomia pessoal, profissional, intelectual e política; valorizar os papéis sociais desempenhados pelos jovens, para além de sua condição de estudante, e qualificar os processos de construção de sua(s) identidade(s) e de seu projeto de vida, assegurar tempos e espaços para que os estudantes reflitam sobre suas experiências e aprendizagens individuais e interpessoais, de modo a valorizarem o conhecimento, confiarem em sua capacidade de aprender, e identificarem e utilizarem estratégias mais eficientes a seu aprendizado; promover a aprendizagem colaborativa, desenvolvendo nos estudantes a capacidade de trabalharem em equipe e aprenderem com seus pares; e estimular atitudes cooperativas e propositivas para o enfrentamento dos desafios da comunidade, do mundo do trabalho e da sociedade em geral, alicerçadas no conhecimento e na inovação.” p. 23
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“Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.” p.18 (transcrição da BNCC)
“Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.” p.19 (transcrição da BNCC)
“XII. FORMAÇÃO CONTINUADA DOS EDUCADORES – Círculos Pedagógicos Partindo das características centrais dos princípios pedagógicos, as formações buscam construir a autonomia de aprendizagem dos educadores com práticas de formação dialógicas. As práticas são realizadas por meio da interação entre eles e a procura por temas de estudo que estejam intimamente vinculadas ao projeto pedagógico.” p.26
“Tecnologias e Mídias Digitais
Nesse sentido, a educação audiovisual e digital é uma metodologia que, bem utilizada, potencializa a criatividade, a autonomia, a curiosidade, o empoderamento, a diversidade, o diálogo e o desenvolvimento sócio-emocional. Para olhar esses modos de aprendizagem em rede é preciso fortalecer espaços que vão além dos lugares físicos, apoiando sempre novas formas de apropriação de linguagens digitais e audiovisuais que possibilitem ao educando falar, criar, questionar e imprimir suas marcas na cultura.” p. 31
Desde 2017, o Instituto de Pesquisa, Ensino e Extensão em Arte-Educação e Sustentabilidade, da SEDUC-GO, promove a Olimpíada de Humanidade em todas as escolas de Ensino Médio dos seis municípios da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto.
Na primeira edição da Olimpíada, com o tema “Desafios e responsabilidades para um planeta em transição”, iniciou-se uma reflexão humanística dos estudantes sobre um pensar global, regional e local acerca de valores humanos, levando em conta o contexto atual dos crescentes desafios econômicos, sociais e ambientais na APA-Pouso Alto. Naquele ano, o tema da Olimpíada de Humanidade foi o mesmo da Conferência Mundial de Humanidades onde um estudante de cada equipe pôde participar da Conferência em agosto na cidade de Liège, na Bélgica, representando a sua escola e o projeto desenvolvido. Nesse ano, o EHC dedicou-se ao resgate do processo histórico da escola a fim de descobrir o papel que a instituição ocupa, ocupou e ocupará no território da Chapada dos Veadeiros/APA Pouso Alto. Envolveu processos de levantamentos de dados em documentos históricos e trabalho de campo com personagens que ajudaram a construir a história da unidade escolar. A materialização do processo de pesquisa resultou na elaboração de uma peça teatral e na montagem de uma fotonovela, dividida em três atos e dozes fotografias.
Em 2018, com o tema “Água, Terra, Fogo, Ar e Amor” Interseccionando os elementos para proteger a APA do Pouso Alto, buscou-se trabalhar com as comunidades a partir dos questionamentos de o que nós somos se não aquilo que nos compõe? Quais os elementos e sentimentos que dão sentido e significado às nossas existências no Planeta Terra? Podemos falar de sujeito humano e sua cultura sem pensarmos naquilo que nos mantém vivos física, social, espiritual e emocionalmente? Quais seriam, dentro desse esboço especulativo, os elementos básicos para a promoção das nossas existências, resistências e persistências nesse planeta, continente, estado, território, município? No EHC, foram estudadas e resgatadas as histórias e os personagens de nossa região que têm estados envolvidos com as tradições da Festa do Espírito Santo e com a tradição das Cavalgadas. Foi realizado um curta-metragem, uma Cavalgada e um pouso na Coletiva do EHC com um almoço envolvendo toda a comunidade.
A terceira edição da Olimpíada, englobando os anos de 2019 e 2020, teve como tema a Bioeconomia: diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável, mesmo tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2019. Antes deste termo ser cunhado, ou de ser um tema de pesquisa, reconhecemos que ele já era praticado pelas comunidades tradicionais. Em termos de catástrofes ambientais, de insegurança alimentar, de crises humanitárias, pensar em bioeconomia pode ser um caminho para prosseguirmos com mais equidade e bem viver. No EHC, em 2019, foram feitos levantamentos, estudos e entrevistas com produtores de nosso território buscando compreender o universo bioeconômico local e, em parceria com a Embrapa, Rede Pouso Alto de Agroecologia, Prefeitura Municipal e dos produtores locais, foi organizada como culminância do projeto uma grande feira local ao lado do EHC.
Em 2021, na quarta edição, o tema foi “Semeando o Bem Viver: diversidade, equidade e justiça social” – escolhido em conjunto com as professoras das escolas participantes a partir de uma atividade sobre os assuntos que os/as educadores/as consideravam importantes de serem cuidados no ambiente escolar – agregando ainda o termo latino-americano Bem Viver, o qual expressa a ideia de podermos conduzir a vida de maneira mais plena, harmônica, respeitando a diversidade e questionando o desenvolvimento capitalista e exploratório como único projeto de futuro da humanidade. No EHC, o projeto refletiu sobre a questão das possibilidades profissionais dos nossos jovens aqui em nossa região, perpassando a questão do êxodo para grandes centros e a necessidade de se criarem incentivos para que os jovens possam realizar seus sonhos de pequenos empreendimentos localmente. Assistam o vídeo dessa culminância: https://www.youtube.com/watch?v=2lTF7QSGqTA&t=391s.
A reflexão que permeou a V Olimpíada de Humanidades, em 2022, “Da cerradania às goianidades: o viver-Cerrado” foi a da análise de que o Cerrado goiano é um território de vida singular. Seja por representar um recorte de um tipo de Cerrado, enquanto bioma, seja por reconhecer que no nordeste goiano desenvolveram-se culturas tradicionais (quilombolas, raizeiros/as, benzedeiros/as, veredeiros/as, indígenas, etc…) em que o Cerrado é um espaço de produção de sentido e saberes e não apenas um meio ambiente. Ao reconhecer as culturas cerradeiras e goianas como uma teia de significados que une natureza e cultura. Compreendemos que essa relação foi tecida na construção ancestral de saberes, reproduzidas cotidianamente e mantidas necessariamente com o cerrado em pé. O que torna estas culturas um lugar de desenvolvimento sustentável e consequentemente de resistência as ações exploradoras das últimas porções de cerrado nativo do mundo e nos fazem refletir se faz sentido as ideias de “progresso” numa perspectiva capitalista, de pensamento “mono” e de dominação, antagônicos aos territórios de Bem Viver. No EHC, foi realizado um projeto que visou resgatar as delícias culinárias das guardiãs da nossa região, passando por questões ambientais e conscientização. Além desse resgate, , também foram rememoradas uma parte da vida delas e da ancestralidade envolvida no ato de cozinhar, pontuando-se, durante a culminância, a insegurança alimentar que o Brasil atravessava. Foi realizado nesse processo um livro de receitas dessas guardiãs escrito à mão, contendo as ilustrações feitas em aquarela.
Enfim, a partir dessas temáticas amplas, sempre se inicia o ciclo da Olimpíada com um processo de sensibilização em relação ao tema, que este ano versará sobre “O Esperançar da Juventude na Chapada dos Veadeiros”. Então cada escola desenvolve um projeto a partir dele, dialogando com as realidades e necessidades locais, contando com o trabalho dos educadores de cada escola e o apoio de profissionais do IPEARTES. Assim, cada escola prepara uma culminância e, por fim, apresenta seus resultados anualmente em um Festival de Humanidades. O IPEARTES promove ainda tradicionalmente uma viagem para os estudantes, expandindo seus universos culturais como parte da finalização do ciclo da Olimpíada. E há também a oferta por parte da Olimpíada de uma visita guiada ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros com todos os participantes da Olimpíada como na foto a seguir, com algumas educandas do EHC:
Em 2023, teremos mais um desses ciclos fantásticos que vem colaborando muito com o processo educativo dos educandos do Ensino Médio da APA do Pouso Alto, incluindo os estudantes do nosso EHC. Qual será nosso enfoque em 2023? Acompanhe aqui nosso blog e redes sociais para descobrir , em breve, a resposta a essa pergunta e conhecer mais sobre esse universo!